:: Balanço SPFW ::

Como “garotas antenadas” que são, vcs devem saber que tava rolando, aqui em São Paulo (sexta (23) foi o ultimo dia), o maior evento de moda do Brasil, o São Paulo Fashion Week.
Peço desculpas por estar postando só hj, mas, minha semana foi bem corrida e não deu tempo! Sorry!
Quem pôde acompanhar o evento sabe que a crise não esteve presente na organização do evento e nem tampouco nas coleções apresentadas pelos estilistas, apesar de terem sido consideravelmente mais comerciais e menos conceituais na maioria dos desfiles.
O tema desta estação foi “BRASILEIRISMOS E ALEGRIA”, e para expressar toda essa alegria - que já é um brasileirismo em si - os organizadores do evento providenciaram sorrisos em todos os cantos da Bienal. Já no hall de entrada, agente se deparava com uma trilha sonora, que era a gravação de uma gargalhada, bem, mas bem alta e que se repetia incessantemente. Num primeiro momento até provocava um tipo de alegria, entusiasmo... Mas, após 5 minutos (2 para os mais impacientes como eu), o ouvinte estava tomado por uma depressão profunda, misturado a um nervosismo incontrolável e com uma única vontade que dominava todo o seu ser : sair dali imediatamente!!
Fora isso, os outros sorrisos foram só alegria. O Smile ,que é o maior o sinônimo da alegria, foi o mascote do evento. Uma versão bem criativa do mascote, uma bola amarela com carinhas inusitadas, foi distribuída nos corredores da bienal. E a alegria não ficou só por aí! Além da decoração da Bienal, que era só alegria com fotos de Carmem Miranda e motivos bem brasileiros, muitos estilistas também acolheram o tema em suas coleções, como Ronaldo Fraga (A.DO.RO!) que criou uma estampa de sorrisos. Os lounges em sua grande maioria investiram em decoração e brindes bem brasileiros e alegres, como o da TAM que focou no artesanato brasileiro, e o da Natura, que estava “chiquérrimo” by the way e desenvolveu uma linha de maquiagens especialmente para o SPFW (com inspiração no tema do evento), que só estará á venda em maio, mas nós visitantes ganhamos em primeira mão (chique né?). Bom, chega de bla, blá blá! Vamos ao desfiles:
Quem quiser ver fotos e vídeos de todos os desfiles, dá uma passadinha no site da Elle.
O post vai ficar bem comprido, mas tb né, são 6 dias de evento acumulados! Vou classificar os desfiles por categorias, nomeando-as como:
** OS “SUCESSO TOTAL”. De uma forma ou de outra arrasaram e arrancaram suspiros da platéia.

Fotos dos looks do melhores desfiles
Ronaldo Fraga foi “o cara” desta edição do SPFW. Apesar de não ter tido a oportunidade de ver o desfile pessoalmente, soube que ele deu um show de desfile (literalmente). A coleção estava super coerente, com estampas bem criativas, leggings trabalhadas e um pouco de alfaiataria. Mas, o encanto ficou por conta dos modelos que ele colocou na passarela, idosos e crianças, mostrando que suas roupas “simpatizam” com todo tipo de corpo.
A Osklen, que vem se superando a cada estação inovou mais uma vez! Apesar de a coleção fugir totalmente do meu estilo, devo reconhecer que eles capricharam no trabalho. O material utilizado foi o moletom (que inclusive já está ficando “babado”, tendo sido usado nas coleções de muitos estilistas, incluindo os do Fashion Rio), porém, com efeitos totalmente inovadores, sem costuras, texturizado , resinado, tricotado, com nervuras. Até os tênis foram desenvolvidos deste material. Arrasaram inclusive no styling!
Tufi Duek, da Fórum, tem o seguinte lema: “ em tempos de crise temos que fazer aquilo que sabemos melhor”! Investiu em looks que são a cara da marca, um mix de clássico, sexy e chique, e acertou em cheio!
Reinaldo Lourenço - Luxo, estilo e beleza! Precisa dizer mais alguma coisa?
Lino Villaventura - Total Black simplismente gorgeous!
Huis Clos – Cheio de charme!
Iódice – A.DO.REI !
Animale – Sempre se superando, não foi desta vez que a marca decepcionou. The Best, em minha opinião!
Adorei a coleção da Erika Ikezili. Cartela de cores, tecidos, volumes, peças e looks, tudo de extremo bom gosto!
OEstudio – Belo trabalho! Sem seguir tendências, fez um desfile com looks cheios de criatividade e personalidade que encantou a platéia.
André Lima – Não economizou na matéria prima da coleção, mas, valeu a pena!
Dos “novatos” – que inclui os que se lançaram este ano e os que aqui há pouco tempo estão – adorei quase todos! Aliás, é curioso como os novos talentos se destacam em meio aos “velhos de guerra”. Será que com o tempo a fonte seca?
Os melhores foram: WILSON RANIERE, caprichou na modelagem e moulage assimétricas, tecidos nobres, paetizados e cores chiquérrimas. PRISCILA DARROLT que fez uma coleção muito bem elaborada e com muitos detalhes, usando tecidos metalizados , plissados, texturizados e detalhes em zíper. SIMONE NUNES, que participa do evento há apenas alguns anos, arrasou nesta coleção trazendo lãs com estampas localizadas, bordados de paetês localizados, formas sequinhas, shorts de alfaiataria em uma proposta comercial e linda!

**OS “ERRAMOS NA MÃO”. Apesar de serem bons, desta vez não deu!
FH exagerou um pouco em quase tudo e o resultado não poderia ter ficado nada menos que “heavy”.
A Triton investiu pesado no xadrez, mas como eu estou completamente sick of xadrez, não precisa nem comentar o que eu achei da coleção, né?
Isabela Capeto, que se inspirou na Mitologia Viking, criou peças muito carregadas.
Maria Bonita me decepcionou nesta estação. Apesar de ter escolhido um tema super fofo, que foi “o mundo dos circos”, especialmente o circo Nerino (um dos mais importantes circos brasileiros do século passado), acho que a coleção ficou circense demais (com exceção das cores).
A Cavalera veio com looks bem misturados. Muita informação e nenhuma inovação!
Ellus ficou com uma cara too much andrógena e sem novidades.
Do Estilista, a marca de Marcelo Sommer, veio com muitas peças estampadas e muito azul. Só gostei das peças de alfaiataria (que foram poucas).

**OS “MAIS UM NA MULTIDÃO”. Sem características fortes que os destacassem.
No primeiro dia do evento, quem roubou a cena, as usual, foi Gisele, a queridinha da Colcci. Apesar da top ter arrasado, como sempre, a marca não foi tão surpreendente assim. Suas concorrentes da MODA JOVEM (Carlota Joakina, 2nd Floor e Cavaleira), seguiram seus passos e também deixaram a desejar (com exceção de alguns poucos looks). Algumas erraram pela falta e outras pelo excesso, enfim, peças que não condizem com os jovens de hoje. Dentre elas, a melhorzinha foi a 2nd Floor!

**OS “MEIO A MEIO”. Coleções que mesclas peças legais e não legais.
Gosto muito da Cori, mas não gostei muito da coleção. Aliás, alguns looks eu adorei,os mais básicos, e outros quase nada, recortes coloridos em couro e principalmente o tom de laranja , cor com a qual não simpatizo muito.
Fabia Berzek mostrou uma coleção meio-a-meio. Meio “nice", meio nem tanto. Gostei dos últimos looks da coleção, com base de tecidos finos, transparecias, cores sóbrias (principalmente preto) com detalhes sobrepostos (babadinhos, bordados e pregas) e peças de lã (estampadas e bordadas).
Em minha opinião, Hercchovitch exagerou um pouco. Uma parte da coleção com muito brilho, muita tacha e muita pluma não me agradou muito, mas os pretinhos básicos e até mesmo os com tachas e bordados, estavam bem legais.
Samuel Cirnansck. Ponto positivo para a cenografia de jardim do Éden, que teve até neve no final. O desfile foi extremamente luxuoso! Gostei muito de alguns looks, mas achei alguns outros meio “over”.
Neon – caprichou nas modelagens, estampas e criatividade, mas não gostei tanto assim do resultado final (com exceção de algumas peças, é claro)
Dizem as más línguas, que o evento não estava tão badalado quanto os anteriores, mas eu, marinheira de primeira viagem que sou não posso opinar, só posso concordar com o ditado que diz que a primeira vez a gente nunca esquece, e pra mim foi bem proveitoso (rendeu até esse blog pra vcs!!!)
Espero que gostem!

Mi Souza